Em Lisboa, no país inteiro, o ambiente político deteriorava-se vertiginosamente. Os governos sucediam-se a intervalos de meses, às vezes de dias. Não havia autoridade, nem coragem, para castigar quem se revoltava contra a Constituição. Falava-se em revoltas militares por todas as esquinas. (...) Era o descalabro.
Assim os monárquicos haviam aberto o caminho à República, os republicanos abriram-no à Ditadura. A brandura política e o duelo dos partidos tinham desorientado a opinião pública. Tudo se conjugava para criar no pais um ambiente propício à ideia de mudança.
Maurício de Oliveira, Diário de um Jornalista